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 Ideal de beleza - Impacto social


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Beleza e Filosofia

 

Por sugestão da professora, este periodo li o livro “Beleza” de Roger Scruton.

Este autor é um filósofo, jornalista, professor e compositor britânico. Nesta obra, expõe de maneira sucinta a visão de diversos autores, filósofos, antropólogos, dando exemplos relativos a obras de arte, nas áreas da pintura, música e literatura. No livro, não se limita à beleza humana, embora tenha sido nessa parte – devido ao tema do trabalho - que mais me concentrei. De seguida, apresento de forma resumida as principais conclusões retiradas.
           

           A arte e o interesse estético são entendidos como uma necessidade humana de tornar certas coisas especiais, ou seja, retirar objectos, acontecimentos e relações humanas dos seus usos quotidianos, transformando-os no foco da atenção colectiva. No entanto, nesta linha de pensamento, a beleza humana continua a ser um caso especial.
           O sentido de beleza emergiu do processo de selecção sexual de Darwin, mas ao contrário dos animais, o Homem não se limita a utilizar atributos físicos para atrair o sexo oposto.
            Segundo Platão, a beleza de uma pessoa instiga desejo, se bem que há quem argumente o contrário – que é o desejo que convoca a beleza. De acordo com o filósofo, ao contemplar a beleza, a alma liberta-se da sua imersão nas coisas meramente sensuais e ascende a uma esfera mais alta, onde o que é observado é a própria forma do belo. Ao contrário disto, desejo sexual envolve uma vontade de possuir o que é mortal e transitório e uma consequente escravidão na parte mais baixa da alma. Desta forma, a beleza surge de um “interesse desinteressado” e o juízo de beleza centra-se no modo como a coisa se apresenta à mente contemplativa.
           Os objectos do juízo estético e do desejo sexual podem ser descritos como belos, mas ambos fazem surgir interesses radicalmente diferentes naquele que os descreve como tal. No caso do desejo, o acto sexual é visto como a consumação, se bem que esta não faça cesse necessariamente o desejo. No caso da contemplação, não existe o desejo de retirar benefício do objecto belo.
         Platão define eros como o impulso irresistível que atinge o seu máximo entre pessoas do mesmo sexo, sendo sentido por exemplo, por um homem mais velho, tocado pela beleza de um jovem. O significado metafísico do olhar erótico é uma procura de conhecimento. Enquanto isto, o amante saciado é também incapaz de possuir a beleza do seu amado. O desejo não é assim, consumado pela posse daquilo que o inspira. A beleza convida então a uma focagem no objecto individual, de modo a que possamos tirar satisfação da sua presença.
           Normalmente, e sem nos apercebermos, falamos de um belo corpo referindo-nos não a ele, mas à bela incorporação de uma pessoa nele. A boca não é por nós considerada apenas uma abertura através da qual emergem sons e entra comida, mas algo que fala. Beijá-la não é juntar dois corpos, meramente, mas tocar a pessoa no próprio ser. As maneiras à mesa, por exemplo, ajudam-nos a manter esta separação entre o corpo e a pessoa incorporada.
           Ao usar termos como “bonita”, “cativante”, “charmosa”, ”encantadora” ou “atraente” – como é comum no dia-a-dia – Não estamos a descrever nada concretamente. Estamos a descrever a nossa própria (e variável) reacção.

Carlota Pignatelli

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